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Foto interna do pavimento mais alto da tulha, que fica no forro do telhado. Os fechamentos laterais são feitos pelas telhas. No centro, uma estrutura de madeira que lembra trilhos de trem. Sobre a estrutura, dois guarda-corpos de escada.

Sobre

Patrimônio

A Fazenda do Pinhal foi tombada pelo Condephaat (o órgão estadual de patrimônio de São Paulo) em 1981, tornando-se patrimônio cultural paulista. Em 1987, o órgão federal de patrimônio (Iphan) tombou a FP e a tornou patrimônio nacional. Em 2012, o município de São Carlos (pelo COMDEPHAASC) também reconheceu a FP como patrimônio.

Na verdade, quem primeiramente propôs o tombamento do Pinhal, no final da década de 1970, foi o casal Helena e Modesto Carvalhosa. Naquela altura, o proprietário Carvalhosa fazia parte dos órgãos oficiais de patrimônio e, com Helena Vieitas, sua esposa, reformava e cuidava da Fazenda do Pinhal.

Um grupo social designa como patrimônio aquilo que considera ter valor especial. Esse elemento valioso pode ser uma edificação, uma festa, uma lagoa, um conjunto de objetos, o modo de fazer uma comida, de tocar sinos, …; há inúmeras formas de manifestação cultural que podem ser consideradas como referência no grupo em que são realizadas. Tais manifestações podem ser consideradas como referência e serem valiosas porque lembram um acontecimento importante, porque caracterizam as pessoas desse grupo a ponto de identificá-las como diferentes de outras, ou até porque são garantia de preservação da qualidade de vida, como nos casos em que se busca preservar e tornar patrimônio uma paisagem, uma praça, uma área verde ou um rio.

Nem tudo que é valioso para os grupos sociais recebe proteção oficial. Quando há proteção dos órgãos públicos, aumenta a garantia de que esse patrimônio será preservado. É o que aconteceu com a Fazenda do Pinhal; com os tombamentos nas três instâncias do poder público, os proprietários tornaram-se obrigatoriamente responsáveis pela conservação dos vestígios da época cafeeira que foram tombados. Veja os processos de tombamento: Iphan, Condephaat e COMDEPHAASC.

O tombamento, que existe no Brasil desde 1937, é um forte instrumento jurídico, que determina uma preservação permanente, sem data de validade. No entanto, como a sociedade se transforma, constantemente modificamos os sentidos atribuídos aos elementos de nossa cultura que consideramos valiosos. Assim, quando a FP foi tombada, valorizavam-se muito os vestígios da cafeicultura por conta da riqueza e da hegemonia das grandes famílias paulistas (daí o protagonismo do conde do Pinhal); atualmente, temos muito interesse em usar tais vestígios para também contar a história dos trabalhadores, seja das pessoas escravizadas ou dos imigrantes, estrangeiros ou de outras regiões do país. Por isso, para além da casa-sede, a tulha, as casas da colônia, a senzala e outras áreas de trabalho ganharam mais destaque na Fazenda do Pinhal nos últimos anos.

Entre os anos de 2012 e 2015, a Fazenda passou por um cuidadoso restauro, sob a responsabilidade de Carlinhos Bracher, Fernando Nociti, Maria Alice Milliet, Julio Moraes e Ana Carolina Bonato. Houve intervenção em várias edificações, mas o mais complexo se fez na casa-sede.

Desde meados de 2022, a Fazenda do Pinhal busca implementar o Plano Diretor de Gestão Patrimonial, elaborado por Paulo César Garcez Marins, professor do Museu Paulista/USP. Em síntese, este Plano Diretor aponta para um entendimento mais crítico do Pinhal, com o enfrentamento da memória da escravidão e com a incorporação dos demais agentes envolvidos em sua história, além da família senhorial, peça também importante para compreender como esta fazenda foi criada e permaneceu durante dois séculos entre os Arruda Botelho. A proposta do Plano Diretor é manter a FP como um lugar de pesquisa, de memória e de reflexão sobre o passado cafeeiro, ampliando efetivamente seu acesso e garantindo sua preservação.

Conforme o interesse do grupo visitante, o roteiro pode tratar das temáticas da preservação e do restauro, abordando os seguintes aspectos:

  • O que é tombamento?
  • Como se faz um processo de patrimonialização?
  • O que significa se tornar patrimônio de um município, de um estado ou de um país?
  • Quais valores justificam a proteção oficial de um bem cultural?
  • Quais memórias, de quais grupos, estão protegidas sob o patrimônio oficial?
  • Como se faz restauro em edificação tombada?
  • Escolhas envolvidas no restauro.
  • O que é possível recuperar nas obras de restauro?
Foto de visitantes crianças, uma mulher (provavelmente a professora) e uma educadora da Fazenda no quintal atrás de uma casa de colônia. O grupo está de costas para a foto e observa a edificação. As paredes são brancas, com barrado inferior em vermelho queimado. A base da casa é de pedra. Sabemos que se trata de uma casa da antiga colônia Botafogo.